sexta-feira, 1 de abril de 2011

O Discurso do Rei




Quando vi o resultado do Oscar 2011 fiquei um pouco desconfiado, seria este filme sobre a história de George VI, ex-rei da Inglaterra, assim tão boa? Bom, agora que já assisti ao filme estou em posição de dizer se é ou não.

Baseado na real relação entre o rei George VI e seu fonoaudiólogo, Lionel Logue, na tentativa de superar a gagueira que acompanhava o rei desde pequeno. O filme acaba por nos dar um lição de superação e amizade.


Para quem não sabe, George VI foi o rei da Inglaterra entre 1936 (quando assumiu o trono após a renuncia de seu irmão mais velho), até sua morte em 1952. Ele era o pai da atual rainha Elizabeth II.

Com uma especial sensibilidade ao transmitir para o espectador a luta que o rei trava contra sua deficiência, o diretor Tom Hooper consegue fazer sem grandes espetáculos (o orçamento era de apenas 15 milhões de dólares, pouco para o padrão de Hollywood) uma obra equilibrada, em que ele não se deixa levar pela epidemia de ação que o cinema Hollywoodiano vive hoje. Quem leu minha resenha sobre A Origem sabe que achei-o um ótimo filme, porem ele falha em não conseguir fugir dessa epidemia, e é este justamente o grande mérito de O Discurso do Rei, que pode não ter uma trama tão complexa (e imprevisível) ou efeitos visuais deslumbrantes como a A Origem; mas consegue nos tocar e fazer com que nos ponhamos no lugar das personagens, com que saibamos a insegurança e o medo contra a qual a personagem luta.

Outro aspecto muito interessante do filme é a direção, em grande parte responsável pelo que citei acima. Os constantes closes no rosto do rei (interpretado por Colin Firth, que ganhou um merecido Oscar de melhor ator), os planos que mostram a visão do rei atrás do microfone, e na minha opinião, a melhor cena do filme, em que o rei faz seu discurso de posse em um salão repleto de retratos de monarcas anteriores exemplificam bem isso. Outro detalhe importante foi a situação oportuna em que a história se passa; a segunda guerra mundial nesse caso é uma metáfora do que a personagem do rei sente.


Por esse conjunto de elementos é que, agora, posso dizer que o resultado do Oscar foi justo.

OBS: Em certo ponto, a história se assemelha um pouco à de A Mulher Faz o Homem, quem assistiu os dois filmes não concorda?

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